Nunca acreditei em Mães Dinás. Não sou ligado em tarologia, astrologia, meteorologia. O destino é forjado por pessoas que tomam ação em momentos decisivos. Dito isso, admito que Hamlet tinha razão ao dizer que “há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia”. Há momentos que simplesmente provam irrefuravelmente que o universo possui sua própria correnteza.

Tudo começou com a Vivi, uma grande amiga que conheci na PUC-SP, onde cursamos juntos Comunicação e Multimeios. Ela tem até hoje uma energia invejável para curtir a vida, e em 2011, após apenas 2 anos de formados, eram comuns os e-mails convidando os amigos para festas, bares e baladas. Em uma segunda-feira no meio do ano, recebi um desses, e como de costume, ignorei com sucesso. No entanto, no decorrer dos próximos dias, algo peculiar aconteceu: todos começaram a confirmar a presença. A Vivi, inclusive, fez algo que nunca havia feito antes, e me ligou para perguntar se eu tinha recebido o e-mail e se iria para a balada. Eu sinceramente não estava afim, mas comecei a ficar com uma pulga atrás da orelha.

Não, espera, vamos voltar do começo. Tudo começou em 2007, quando gravei meu primeiro longa-metragem. O nome do filme era “Rinha”, do diretor Marcelo Galvão, gravado quase que totalmente durante 20 madrugadas em um casarão na Serra da Cantareira. Foram noites nas quais eu dormia apenas 90 minutos diários, juntando as gravações noturnas, meu estágio matutino e minha faculdade vespertina. Por mais cansativas que fossem, essas noites me trouxeram uma incrível experiência, e pude rever velhos amigos, como Alexandre Tigano e Marco Luque, e conhecer muitas pessoas extremamente talentosas, dentre elas Warley Santana, Carlos Miola, Rodrigo Arijon e José Inácio Pilar. Esses dois últimos construíram uma forte amizade após o fim do filme, e montaram juntos um grupo de improviso chamado Impronozes. Eu mesmo não sabia da existência desse grupo, até que o Arijon me ligou um dia me convidando para uma apresentação que eles fariam dentro de alguns dias em um bar na Vila Madalena.

Desculpa, eu estou atropelando a história. Tudo começou, na verdade, quando minha então namorada e hoje noiva, Gabriela Reis, me indicou para realizar alguns freelas na agência de comunicação onde ela trabalhava desde 2009. Um dos clientes da agência era uma dermatologista que precisava de materiais de papelaria e queria se reunir comigo diretamente em seu consultório.

Fato é que a balada da Vivi, a apresentação dos Impronozes e a reunião da dermatologista iriam acontecer exatamente na mesma sexta-feira, na Av. Alfonso Bovero, a uma distância de 10 metros uma da outra. A apresentação dos Impronozes, inclusive, foi durante a balada da Vivi. Nenhum desses três elementos da minha vida haviam tido qualquer tipo de conexão até então.

Lembro de comentar com pessoas ao meu redor, dias antes: “não sei o que, mas alguma coisa vai acontecer nessa balada”. E aconteceu. A Vivi me indicou para trabalhar na produtora onde ela estava, que inclusive era no mesmo andar do mesmo prédio da dermatologista. Paralelamente, o Arijon e o Inácio me convidaram a participar da criação e desenvolvimento de uma websérie, e ficaram tão felizes com o resultado que me indicaram para uma amiga deles, ex-integrante dos Impronozes: Luísa Bonin, diretora de comunicação da Aliança Empreendedora.

De lá para cá, foram muitos projetos realizados. Começamos com o AprendAE, uma série de eLearning antes de existir eLearning. “Inventamos” um padrão estético de vídeo-aulas que acabou virando o padrão para muitas criações de hoje em dia: uma apresentadora em um fundo verde, com personagens, elementos e textos animados por trás dela, ilustrando o conteúdo. Não digo de forma alguma que foi essa nossa singela criação que se tornou o modelo para o mercado absurdo que é o eLearning hoje, mas é interessante pensar que estávamos muito a frente do nosso tempo.

Seguimos com projetos similares em projetos para a Faculdade Anhanguera, Danone, Santander, Brilhante, Assaí Atacadista, Fundação Volkswagen, entre muitos outros.

A Aliança Empreendedora ajuda micro-empreendedores de baixa renda a mudarem suas vidas, suas comunidades e seu país através do conhecimento. Cada projeto realizado com a Aliança acompanha a certeza de que estamos fazendo juntos um bem muito maior do que poderíamos separadamente.

– CÉSAR BRASIL | SÓCIO-DIRETOR